73 - Endemoniado - O epilético

 


Na Grécia Antiga a epilepsia era tida como uma possessão divina e os portadores eram colocados em templos, vistos como sacerdotes. "Os gregos acreditavam que quando uma pessoa tinha uma convulsão ela era tocada por deuses. Na Idade Média, isso mudou e foi o reverso da medalha. Se na Grécia a epilepsia era chamada de morbus sacer (doença sagrada), na Idade Média era o morbus demoniacus (doença do demônio).
Opiniões quanto a epilepsia durante a era Medieval (400 - 1600) eram dominadas por simbolismo, demonologia e a crença religiosa herdada do período Greco-Romano. Assim como todas as outras ciências, a medicina era permeada com superstições. A visão da Igreja Católica guiava o público a crer que convulsões eram uma forma de possessão ou bruxaria, necessitando de rituais religiosos para sua cura. A epilepsia é descrita no Novo Testamento (Mateus, 17:14–18), em que um menino é levado pelo seu pai a Jesus Cristo por apresentar episódios súbitos de perda de consciência, espasticidade, salivação e auto-lesões. Segundo as escrituras, Jesus Cristo realiza a cura do menino, chamado de "lunático", através de expulsão demoníaca . O guia inquisicional "Malleus Malleficarum" designou a epilepsia como bruxaria e diversas pessoas morreram por conta disso
CARÍSSIMOS LEITORES NA FILOSOFIA TEMOS:
Sócrates, Demônio de. Nos diálogos de Platão, Sócrates frequentemente faz alusão a seu demônio (daimon), a um deus ou gênio personificando seu destino e prevenindo-o contra esta ou aquela escolha ou atitude a ser tomada. Intervindo sempre para impedi-lo de cair no erro, esse demônio simboliza ao mesmo tempo a intuição, a presença do divino e a retidão do pensamento. Demônio de Sócrates (démon de Socrate). É um bom demônio, uma espécie de anjo da guarda, mas que só sabe falar e unicamente de forma negativa: ele nunca diz o que se deve fazer, somente o que devemos evitar ou nos proibir (ver por exemplo Platão, Apologia de Sócrates, 31 d e 40 a-c). Os que não creem nem nos demônios nem nos anjos verão nele uma imagem bastante justa da consciência moral. Quanto ao que devemos fazer de positivo, cabe à inteligência, mais do que à moral, decidir. (2)
(1) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
(2) COMTE-SPONVILLE, André, André. Dicionário Filosófico. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2003.


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