83 – O MANIQUEISMO E SEU ESPELHO
PARTE A ( EXTRAIDO DA WIKIPÉDIA )
O maniqueísmo é
uma filosofia religiosa sincrética e dualística fundada e propagada por Manes ou Maniqueu, filósofo cristão do
século III, que divide o mundo simplesmente entre Bom, ou Deus, e Mau, ou o Diabo. A matéria é
intrinsecamente má, e o espírito,
intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um
adjetivo usado para descrever todas as doutrinas fundamentadas nos dois
princípios opostos do Bem e do Mal.
História
Quando o gnosticismo primitivo já perdia a sua influência no mundo circum-mediterrâneo, surgiu na Babilônia e na Pérsia, no século III, uma nova vertente, o maniqueísmo.
O seu fundador
foi o profeta persa Mani (ou Manés) e as suas ideias
sincretizavam elementos do zoroastrismo, do hinduísmo, do budismo, do judaísmo e
do cristianismo. Desse modo, Mani considerava Zoroastro, Buda e Jesus como "pais da Justiça", e
pretendia, através de uma revelação divina, purificar e superar as mensagens
individuais de cada um deles, anunciando uma verdade completa.
Conforme as
suas ideias, a fusão dos dois elementos primordiais, o reino da luz e o reino
das trevas, teria originado o mundo material, essencialmente mau. Para redimir
os homens de sua existência imperfeita, os "pais da Justiça" haviam
vindo à Terra, mas como a mensagem deles havia sido corrompida, Mani viera a
fim de completar a missão deles, como o Paráclito prometido
por Cristo, e trouxera segredos para a purificação da luz, apenas destinados
aos eleitos que praticassem uma rigorosa vida ascética. Os impuros, no máximo
podiam vir a ser catecúmenos e ouvintes, obrigados apenas à observância dos dez
mandamentos (citados abaixo).
As ideias
maniqueístas espalharam-se desde as fronteiras com a China até ao Norte
d'África. Mani acabou crucificado no final do século III, e os seus adeptos sofreram
perseguições na Babilónia e no Império Romano, neste último nomeadamente sob o governo
do Imperador Diocleciano e, posteriormente, os imperadores
cristãos. Apesar da igreja ter condenado esta doutrina como herética em diversos sínodos desde o século IV, ela
permaneceu viva até à Idade
Média.
Agostinho de Hipona foi adepto do maniqueísmo até se
decidir de vez pelo cristianismo. [1]
Maniqueísmo e gnosticismo
O dualismo
maniqueísta - cuja origem provém do elcasaismo do século
II[2] como prova o facto de extractos
do Apocalipse de Elkasaï se encontrarem no codex de Manis
conhecido como Vita
Mani -
diferencia-se do dualismo gnóstico uma vez que, se para este último, a
divindade é superior ao demiurgo criador, para o primeiro trata-se
de dois princípios igualmente poderosos, sem que haja subordinação, apenas
igualdade de origens.
PARTE B: ANTÔNIMOS DE MANIQUEISMO:
unidade singularidade homogeneidade indivisibilidade
23
sinônimos de singularidade para 4 sentidos da palavra singularidade:
Característica do que é apenas um:
1 unidade, individualidade.
Característica do que é particular e
peculiar:
2 particularidade, peculiaridade, especificidade, especialidade, propriedade, característica, tipicidade, faceta.
Característica do que é excêntrico:
3 excentricidade, extravagância, exotismo, esquisitice, estapafurdismo, bizarria, bizarrice, estranheza.
Característica do que não é comum:
4 originalidade, excepcionalidade, curiosidade, novidade, raridade.
PARTE C – O ESPELHO DO MANIQUEISMO
Dedico este texto ao colega de rede Carlos Augusto
de Moraes Afonso/Alonzo/Lion
O QUE HÁ DE
ERRADO COM O MANIQUEÍSMO?
Esse é um típico termo ao qual poucos reconhecem,
mas quase Todos conhecem o conceito.
Segundo o dicionário Aurélio:
Maniqueísmo. [De
Maniqueu + -ismo.] S. m. 1. Filos. Doutrina
do persa Mani ou Manes (séc. III), sobre a qual se criou um seita religiosa que
teve adeptos na Índia, China, África, Itália e S. da Espanha, e segundo a qual
o Universo foi criado e é dominado por dois princípios antagônicos e
irredutíveis: Deus ou o bem absoluto, e o mal absoluto ou o Diabo.
2. P. ext. Doutrina que se funda em princípios opostos, bem
e mal.
Mais especificamente sobre a religião: (Retirado do
site HIEROS)
Maniqueísmo
Considerado durante muito tempo uma heresia cristã,
possivelmente por sua influência sobre algumas delas, o maniqueísmo foi uma
religião que, pela coerência da doutrina e a rigidez das instituições, manteve
firme unidade e identidade ao longo de sua história.
Denomina-se maniqueísmo a doutrina religiosa
pregada por Maniqueu -- também chamado Mani ou Manes -- na Pérsia, no século
III da era cristã. Sua principal característica é a concepção dualista do mundo
como fusão de espírito e matéria, que representam respectivamente o bem e o
mal.
Maniqueu e sua doutrina
Maniqueu nasceu em 14 de abril do ano 216, no sul
da Babilônia, região atualmente situada no Iraque, e na juventude sentiu-se
chamado por um anjo para pregar uma nova religião. Pregou na Índia e em todo o
império persa, sob a proteção do soberano sassânida Sapor (Shapur) I. Durante o
reinado de Bahram I, porém, foi perseguido pelos sacerdotes do zoroastrismo e
morreu em cativeiro entre os anos 274 e 277, na cidade de Gundeshapur.
Maniqueu se acreditava o último de uma longa
sucessão de profetas, que começara com Adão e incluía Buda, Zoroastro e Jesus,
e portador de uma mensagem universal destinada a substituir todas as religiões.
Para garantir a unidade de sua doutrina, registrou-a por escrito e deu-lhe
forma canônica. Pretendia fundar uma religião ecumênica e universal, que
integrasse as verdades parciais de todas as revelações anteriores,
especialmente as do zoroastrismo, budismo e cristianismo.
O maniqueísmo é fundamentalmente um tipo de
gnosticismo, filosofia dualista segundo a qual a salvação depende do
conhecimento (gnose) da verdade espiritual. Como todas as formas de
gnosticismo, ensina que a vida terrena é dolorosa e radicalmente perversa. A
iluminação interior, ou gnose, revela que a alma, a qual participa da natureza
de Deus, desceu ao mundo maligno da matéria e deve ser salva pelo espírito e
pela inteligência.
O conhecimento salvador da verdadeira natureza e do
destino da humanidade, de Deus e do universo é expresso no maniqueísmo por uma
mitologia segundo a qual a alma, enredada pela matéria maligna, se liberta pelo
espírito.
O mito se desdobra em três estágios:
- O passado, quando estavam radicalmente separadas
as duas substâncias, que são espírito e matéria, bem e mal, luz e trevas;
- Um período intermediário (que corresponde ao
presente) no qual as duas substâncias se misturam;
- E um período futuro no qual a dualidade original
se restabeleceria.
Na morte, a alma do homem que houvesse superado a
matéria iria para o paraíso, e a do que continuasse ligado à matéria pelos
pecados da carne seria condenada a renascer em novos corpos.
Maniqueísmo como religião
A ética maniqueísta justifica a gradação
hierárquica da comunidade religiosa, uma vez que varia o grau de compreensão da
verdade entre os homens, fato inerente à fase de interpenetração entre luz e
trevas. Distinguiam-se os eleitos, ou perfeitos, que levavam vida ascética em
conformidade com os mais estritos princípios da doutrina. Os demais fiéis,
chamados ouvintes, contribuíam com trabalho e doações. Por rejeitar tudo o que
era material, o maniqueísmo não admitia nenhum tipo de rito nem símbolos
materiais externos. Os elementos essenciais do culto eram o conhecimento, o
jejum, a oração, a confissão, os hinos espirituais e a esmola.
Por sua própria concepção da luta entre o bem e o
mal e sua vocação universalista, o maniqueísmo dedicou-se a intensa atividade
missionária. Como religião organizada, expandiu-se rapidamente pelo Império
Romano. Do Egito, disseminou-se pelo norte da África, onde atraiu um jovem
pagão que mais tarde, convertido ao cristianismo, seria doutor da igreja cristã
e inimigo ferrenho da doutrina maniqueísta: santo Agostinho. No início do
século IV, já havia chegado a Roma.
Enquanto Maniqueu foi vivo, o maniqueísmo se
expandiu para as províncias ocidentais do império persa. Na Pérsia, apesar da
intensa perseguição, a comunidade maniqueísta se manteve coesa até a repressão
dos muçulmanos, no século X, que levou à transferência da sede do culto para
Samarcanda. Missionários maniqueístas chegaram no fim do século VII à China,
onde foram reconhecidos oficialmente até o século IX. Depois foram perseguidos,
mas persistiram comunidades de adeptos no país até o século XIV. No Turquestão
oriental, o maniqueísmo foi reconhecido como religião oficial durante o reino
Uighur -- séculos VIII e IX -- e perdurou até a invasão dos mongóis, no século
XIII.
http://orbita.starmedia.com/~hyeros/maniqueismo034.html
Como podemos ver o Maniqueísmo chegou a ser uma
religião específica num determinado espaço e tempo. Mas seu conceito em si, de
que o Universo está em eterna oposição de dois princípios primários que seriam
o Bem ou o Mal, sempre foi amplamente difundido em todos os tempos com maior ou
menor grau de intensidade. E principalmente hoje em dia pensamentos
Maniqueístas permeiam Todas as religiões Monoteístas ocidentais, aceitas pela
maioria da população mundial. Vejamos 4 exemplos:
|
Princípio do Bem |
Princípio do Mal |
Zoroastrismo |
Ahura Mazda |
Angra Mainyu |
Judaísmo |
YHWH / Elohim |
Samael (Satanás) e |
Cristianismo |
Jeová / Javé |
Lúcifer / Satanás |
Islamismo |
Alá |
Shaitan / Satanás |
E não é só nas religiões. A concepção de uma eterna luta entre o Bem e o Mal está presente na maioria ESMAGADORA de nossos mitos, estórias, contos infantis, seriados de TV, filmes, HQs, videogames e etc. Ligando-se a Televisão em qualquer horário infantil podemos ver que as crianças aprendem desde cedo a dividir a realidade entre o Bem e o Mal, assim como na maioria de nossos mitos modernos. Ou seja, desde Guerra nas Estrelas onde há a oposição entre os lados Luminoso e o Escuro da Força, até qualquer desenhinho do Digimon, Pokemon, He-man e etc.
Aprendemos desde pequenos que devemos ser do Bem e que o Mal deve ser combatido, e que podemos escolher livremente o caminho do Bem ou o caminho do Mal. Acreditamos também até certa fase da vida, que o caminho do Mal inevitavelmente nos levará a um fim trágico, o que me fazia pensar em por quê os vilões da histórias nunca sabiam disso até serem derrotados no final.
Nossas estorinhas infantis ainda fazem mais, caracterizam personagens maus radicalmente de modo a serem sempre e absolutamente maus, e o mesmo se dá geralmente com os bons. Os motivos dos maus são sempre mesquinhos, eles não têm nenhuma razão, não merecem mais que piedade, só os bons são dignos de obterem os prêmios no final da história.
Quando atinge um mínimo de vivência, qualquer pessoa percebe que o mundo não é tão simples assim, descobre que esse tal Mal não é tão fácil de identificar, que geralmente não sabe se a maioria das pessoas são no fundo boas ou más, muitas vezes não consegue atribuir uma dessas qualidades extremas nem a si própria e no final acaba se rendendo ao fato de que todos parecem possuir um lado bom e um lado mau.
Mas esse dualismo persiste nem sempre apenas no inconsciente. Conheço pessoalmente pessoas "cultas", de nível superior, profissionais executivos, que vivem a diferenciar as pessoas como sendo do Bem ou do Mal com a facilidade de quem diferencia um Homem de uma Mulher.
Alguns religiosos, principalmente cristãos, ainda levam tudo ao extremo, de que toda uma categoria de coisas pode ser atribuída ao Mal, no caso as hostes de Satanás.
Ao perguntar para minha filhinha de 4 anos e meio o que era afinal o Bem, ele me respondeu com toda a peculiar beleza da infância: "Ué! Somos Nós!". Me inclinei a retirá-la da escola católica no próximo ano após ver num livrinho de catequese que o Livre Arbítrio serve para escolhermos entre o Bem e o Mal.
A dinâmica de "Nós e Eles" já foi amplamente estudada pela Psicologia. Trata-se da facilidade com que dois determinados grupos que se envolvam em algum tipo de competição por mais leve que seja, desenvolvem sentimentos de hostilidade completamente irracionais.
Em crianças isso é evidente, em certas torcidas de futebol também. O interessante é que ninguém consegue identificar nenhuma diferença significativa clara entre um grupo e outro. Diferente do que ser Capitalista ou Socialista, qual é a diferença substancial entre torcer para o Palmeiras ou para o Corintians?
Aqui entra o estigma Maniqueísta, vendo a vida unicamente sob o próprio ponto de vista específico, fica fácil reconhecer em si próprio como sendo do lado do Bem, afinal possuímos todo o conhecimento necessário para nos justificarmos e entendermos nossos problemas, e mais fácil ainda ver os outros como sendo do Mal, pois afinal as atitudes deles não têm justificativa, não conhecemos os elementos necessários para compreendê-los.
Não por acaso todas as grandes movimentações destrutivas da história tinham como slogan o tradicinal "We Are Right". Os centuriões romanos "sabiam" que Roma era o progresso, o futuro e portanto o Bem. Os cavaleiros cristãos medievais tinham certeza de que lutavam por uma causa "Santa" e mesmo os soldados nazistas estavam convictos de que tinham uma nobre causa.
EM TODAS AS GUERRAS DA HISTÓRIA, JAMAIS UM LADO DEIXOU DE SE CONSIDERAR O CERTO.
Afinal os bárbaros antigos estavam para os romanos, tão Errados quanto os muçulmanos medievais para os cristãos da cruzada, ou os Judeus, Poloneses, Franceses e etc para os alemães, que evidentemente estavam Certos.
Substitua CERTO e ERRADO por BEM e MAL e o quadro fica claro.
Caminhamos há milênios, estigmatizando irracionalmente as facções que não compreendemos. Os espanhóis colonizadores precisavam acabar com o maligno paganismo nas Américas, e os nativos se defendiam dos "demônios" espanhóis que vestiam roupas reluzentes, montavam estranhos animais e tinham armas que cuspiam fogo.
E mais recentemente mesmo sem ter absolutamente nenhuma idéia do que poderia de longe significar a Filosofia Marxista, muitos ocidentais não tinham dúvidas de que o Comunismo era inerentemente maligno.
Uma pessoa de mentalidade maniqueísta é facílima de ser manipulada, ele enxerga o mundo através de uma lente que só distingue Preto e Branco, se conformando com tons de cinza e se tornando insensível as infinitas cores da realidade. Essas pessoas não conseguem distinguir os eventos, pois uma vez que devem se encaixar nos rótulos de Bem e Mal, todo o demais conteúdo que poderia até ser aproveitado é então ignorado.
E assim, alguns consideram as religiões pagãs como coisas do demônio, desprezando-as completamente e infelizmente alguns pagãos não fazem muito diferente com as religiões tradicionais.
Foi estigmatizando os outros como maus, os errados, que certos grupos sociais conduziram massas à destruição e sofrimento, o maniqueísmo, não exatamente a religião de Mani, mas como uma forma simplificada de ver o mundo, é extremamente bitolante, pois ao aniquilar a possibilidade de uma referencial mais amplo, não se tem outra escolha a não ser o apego ao seu País, o seu Partido, a sua Religião, a sua Família, a sua Pessoa, como sendo a Certa.
Quanto ao Maniqueísmo como Religião, observe que ele propõe 3 fases distintas na concepção cósmica.
- O passado, quando eram separadas as duas substâncias, espírito e matéria, bem e mal, luz e trevas;
- O presente onde substâncias se misturam; por isso o sofrimento dos que vivem no mundo físico.
- O futuro no qual a dualidade original se restabelecerá separada.
É algo como a história Bíblica de que no passado Deus havia feito a separação entre Luz e Trevas, havia o Céu e o Abismo, depois com a queda de Adão e Eva através da árvore do Bem e do Mal, entramos na era de eterno castigo e apenas no dia do Juízo e que Deus restituirá uma divisão rígida, mantendo os bons no paraíso e mandando os maus irremediavelmente para o Abismo, o Inferno.
Quem estuda Filosofias e Religiões Orientais ou mesmo certos filósofos e místicos ocidentais, percebe que o fundamento é o absoluto contrário. Nessas concepções teríamos:
- Um passado onde tudo era UNO.
- O presente onde ocorre a dualidade.
- O futuro que restiruirá o UNO, O Tao, O Nirvana, O Absoluto e etc.
Mas qual seria a outra grande diferença?
QUAL O PROBLEMA DO MANIQUEÍSMO?
A meu ver, é o de que ele força a uma visão de Universo simplesmente absurda, de que podemos separá-los em aspectos primordiais que não se harmonizam.
O Taoísmo declara que toda a realidade se baseia no Yin e Yang, que são o Feminino e Masculino, a Noite e o Dia, o Húmido e o Seco, o Frio e o Quente.
Não inclui o Bem e o Mal.
A concepção original do Taoísmo e da maioria das filosofias orientais e místicas não faz associações morais ou éticas sobre os dois aspectos primários.
Por acaso o Frio seria mal? Quem não prefere viver a 25oC do que a 50oC?
Ou o Seco seria o Bem? Experimento um ambiente com mais de 99% de humidade.
Isso significa que tais conceitos são relativos, um não é absolutamente melhor que o outro, mas é exatamente isso que o Maniqueísmo tende a fazer com a visão de mundo das pessoas, estigmatizar os lados.
O MANIQUEÍSMO É TALVEZ O MAIOR DANO PSÍQUICO QUE AFLIGE A HUMANIDADE.
Se formos forçados a separar a realidade em aspectos duais benignos ou malignos, como classificaremos o Grande e o Pequeno, o Preto e o Branco, o Masculino e o Feminino? Quem será o Bem e quem será o Mal?
Durante mil anos a Igreja tinha a resposta a essa questão, o Feminino, a Matéria e o Prazer eram malignos e a Masculino, o Espiritual e a Dor eram aspectos do caminho para a divindade.
Essas máximas perduram até hoje, muito acreditam que as conquistas só tem valor se obtidas com sofrimento, outros acham que o caminho das pedras necessariamente conduz ao Céu, outros que o Prazer só enfraquece e destrói o Ser Humano.
Numa concepção que considero muito mais lúcida temos que entre os princípios Yin-Yang, Masculino-Feminino e etc. O Bem seria a Harmonia entre eles e o Mal a desarmonia. E o mais interressante é que todas as religiões sabem disso!
"Não firais aos outros com o que vos fere" - Budismo
"Nenhum de vós sois um crente até devotar pelo próximo o amor que devota a vós mesmos" - Islamismo
"Não façais aos outros o que se fosse feito a vós, vos causaria dor" - Hinduísmo
"O que não queres que vos façam, não façais aos outros" - Judaísmo
"Ame a teu próximo como a ti mesmo e a Deus sobre todas as coisas" - Cristianismo
Ou seja, estão falando de União, de Harmonia entre as pessoas, de que elas reconheçam nas outras aquilo que há nelas e que convivam com suas naturais diferenças com respeito mútuo. Assim as dualidades ficam harmonizadas, esse é o verdadeiro BEM!
O Maniqueísmo vai contra isso! Ele tende a forçar a realidade como se encaixando em conceitos de Bem e Mal absolutos, nos quais jamais saberemos identificar com precisão.
Disseram aos Romanos e Bárbaros, Cristãos e Muçulmanos, Alemães e Aliados, que os outros estavam Errados e eles Certos, sendo que na verdade a única coisa Errada era estimular a desarmonia, e que a única coisa realmente Certa era buscar um entendimento Harmônico.
Mas como ter essa visão sob uma ótica Maniqueísta? Impossível.
É claro que não devemos estigmatizar a religião de Maniqueu como sendo essencialmente destrutiva. A minha crítica aqui não foi sob o sistema religioso em si, pois este na verdade não é muito diferente do que já conhecemos.
Mas esse arraigado hábito de estigmatizarmos a realidade de forma tão arbitrária é para mim:
O MAIOR OBSTÁCULO À NOSSA REALIZAÇÃO COMO SERES HUMANOS.Pois ele destrói o fundamento primário de toda percepção da Realidade, vai exatamente no ponto chave de toda a grande questão universal, e a distorce!
E assim a concepção Maniqueísta insiste em ver o problema onde de fato ele não existe, desviando a atenção da verdadeira ameaça. Ele inverte completamente o sentido da vida e do mundo.
Pode ser dito por alguns que o Maniqueísmo é útil em alguns momentos, principalmente em situações que se exijam medidas drásticas e rápidas.
Pode até ser, se alguém manipular outras pessoas para cumprirem tarefas que elas mesmo não sabem o que significam. Mas se não houver quem saiba o que está fazendo, o Maniqueísmo nunca é útil, pois seu fundamento está exatamente em eliminar a possibilidade de se ver o real problema, estigmaliza-lo e destruir a verdadeira solução. Como certeza isso seria bem mais simples, mais rápido e mais fácil.
Mas quem quiser realmente compreender a realidade, tem que vê-la por inteiro, e não apenas metade dela. O que o Maniqueísmo invariavelmente faz é destruir essa percepção da realidade, produzindo autênticos cegos mentais.
Infelizmente, assim tem caminhado mais da metade da humanidade.
Marcus Valerio XR
1999/2000
ATENÇÃO! Não me comprometo mais com algumas das idéias apresentadas neste texto.
A própria distonia no filme “DEMOLITION MAN” ( O DEMOLIDOR ) filme de 1993 numa sociedade distópica é um exemplo de crírtica ao maniqueísmo pois todas as pessoas do futuro são educadas para serem boas e pacíficas enquanto aqueles que viviam antes da distonia conheciam a singularidade de uma distonia ou de uma “bizarrice” conforme esta nos adjetivos este filme é interpretado por “Silvestrer Satallone e Wesley Snipes”, o fato de serem educadas para serem boas e pacificas fazem com que fiquem restritas a conhecer a distinção do que é considerado bem e pacifico e o que seja uma bizarrice como um elemento mal. O que é bem e mal neste contexto? Como eles se concatenam e se entrelaçam? Vejam a sinopse:
SINOPSE E DETALHES
https://www.youtube.com/watch?v=-yMg3ieqsb4
https://www.youtube.com/watch?v=BRCyZijONLc
O Preto e o Branco
Bezerra da Silva
É, mas tem preto, compadre
Que pára num branco
Tem branco que pára
Num preto também
Mas para mim tá tudo certo
Para mim tá tudo bem
Eu disse pro preto que o branco dá branco
E o preto me disse que vai muito além
Me disse que o preto apesar de ser preto
Quando é bom preto dá branco também
É por isso que o preto se amarra num branco
E o branco se amarra num preto também
O preto e o branco são limpos e arregados
São sempre tratados iguais a neném
Tem gente que aperta, tem outro que cheira
Tem até quem bate e dá beijo de bem
É por isso que o preto se amarra num branco
E o branco se amarra num preto também
Até em cartório já ficou provado
A força que o preto no branco contém
Depois que mistura seu nome ao dela
É difícil tirar esse nome de alguém
É por isso que o preto se amarra num branco
E o branco se amarra num preto também
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